Jovens cristãos dão colorido diferente ao Porto | 23 países representados no Encontro promovido pela Comunidade de Taizé
Milhares de jovens cristãos, vindos de 23 países, oferecem neste fim-de-semana alargado de Carnaval um colorido diferente ao Porto, com a sua participação no Encontro Ibérico de Taizé, promovido por esta comunidade ecuménica, radicada em França, e a Diocese local.
A alegria é o mote desta festa, como explicou D. Manuel Clemente, Bispo do Porto, na tarde deste Domingo na igreja de São Bento da Vitória, perante uma plateia de jovens. “Qual é a alegria possível? Sobretudo uma alegria que perdure, uma alegria que se aguente, que persista”, indicou, gracejando mesmo com a alegria passageira do Carnaval: “Vemos muita gente contente, apesar do frio, mas não sei se vão continuar contentes amanhã, quando estiverem na ressaca de hoje”. Horas antes, na igreja paroquial de Ramalde, o Bispo auxiliar do Porto, D. João Lavrador, agradecia aos irmãos de Taizé a sua presença na Cidade, “neste momento tão importante da nossa caminhada da «Missão 2010»”. Esta é uma dinâmica que quer envolver todos os fiéis diocesanos na chamada Nova Evangelização. Na homilia da celebração, em que esteve presente o Ir. Alois, prior de Taizé, D. João Lavrador convidou os jovens a “saborear” a alegria da fé em Jesus, face à “futilidade das propostas do mundo”. O responsável pela casa-mãe de Taizé falou no final da Missa, confessando a sua “alegria” por trazer até Portugal mais uma etapa da denominada “peregrinação de confiança” que a comunidade ecuménica promove desde 1978, com passagens por vários continentes. Para o Ir. Alois, reunir jovens vindos de 23 países é “descobrir o que é a Igreja”, porque “Cristo veio para a paz, para reunir todos numa única comunhão”. Cada um destes dias de encontro encerra-se no Dragão Caixa (Pavilhão do FCP) para o jantar e a vigília de oração. As meditações que o irmão Alois fará durante as orações da noite são publicadas no site da Comunidade de Taizé (www.taize.fr/pt). Na sua primeira intervenção, o Ir. Alois quis agradecer, em nome da comunidade ecuménica, ao Bispo do Porto, D. Manuel Clemente, “por nos ter convidado e por ter insistido para virmos ao Porto para um encontro de jovens. E agradecemos aos responsáveis de outras Igrejas por terem acolhido esta iniciativa e por estarem connosco a viver este ecumenismo na oração”. “Todos sentimos que é necessário haver grandes mudanças no nosso mundo. As estruturas das nossas sociedades e os modelos de pensamento do passado mostram-se inadequadas e insuficientes para que as pessoas e os povos possam viver juntos em paz”, assinalou, falando na necessidade de “uma refundação do sistema económico e financeiro mundial”. “Como lançar as bases de um sistema mais justo enquanto alguns continuarem a querer acumular riquezas em detrimento dos outros?”, questionou o prior de Taizé, primeiro sucessor do fundador desta comunidade, Ir. Roger. Já na noite de Domingo, o Ir. Alois deixou uma pergunta: "Porque será que a riqueza material é frequentemente acompanhada de um fechar-se sobre si mesmo, com uma perda da verdadeira comunicação?" "Apresenta-se então para muitos de nós este forte compromisso: escolher a simplicidade de vida. Escolher a simplicidade abre o nosso coração à partilha e à solidariedade com os outros", prosseguiu. Esta Segunda-feira, 15 de Fevereiro, depois da oração da manhã nas paróquias de acolhimento, os participantes vão reflectir sobre o tema «partilhar o que temos»: «O que posso fazer para que outras pessoas possam tirar proveito dos bens da criação e encontrem uma alegria de viver? Quais as iniciativas de partilha que conheço? Quais são as que estão ao meu alcance?» Às 14h15, a oração da tarde ocorrerá em templos históricos do centro da cidade. As igrejas de São Lourenço, de São Bento da Vitória, da Trindade e de São João Novo, cheias de jovens, acolherão todos os que se queiram juntar a eles para este momento de oração meditativa e de louvor. De seguida, às 16 horas, é proposta a todos os que queiram aparecer uma lista de ateliers com temas à escolha. A igreja das Taipas estará aberta à tarde para um tempo de silêncio e oração pessoal, dando a possibilidade àqueles que o desejarem de serem ouvidos, de receber o sacramento da reconciliação ou simplesmente de permanecer num espaço acolhedor para rezar. Na Terça-feira, depois da oração da manhã e da reflexão baseada no tema «aprofundar a confiança em Deus e renovar a nossa coragem», os jovens peregrinos terão um almoço partilhado, nas paróquias, com as famílias de acolhimento. Fonte: https://www.agencia.ecclesia.pt/cgi-bin/noticia.pl?id=77790
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